Magistrados do Conselho Constitucional enfrentam ameaças graves
Magistrados do Conselho Constitucional enfrentam ameaças graves
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Os Juízes Conselheiros do Conselho Constitucional têm sido alvo de ameaças de morte, uma situação alarmante revelada em um comunicado oficial divulgado nesta segunda-feira. Segundo o documento, essas ameaças são feitas por meio de mensagens privadas e publicações nas redes sociais. O Conselho expressa profunda preocupação com o ocorrido, enfatizando que tais ações não fazem parte das práticas democráticas, mas sim configuram crimes graves.
No contexto das tensões pós-eleitorais, o comunicado detalha que o Conselho está envolvido no processo de validação dos resultados das Sétimas Eleições Presidenciais e Legislativas, bem como das Quartas Eleições dos Membros das Assembleias Provinciais e dos Governadores de Província, realizadas em 9 de outubro de 2024. Essa etapa delicada ocorre em meio a manifestações convocadas pelo candidato Venâncio António Bila Mondlane e pelo partido que o apoia, as quais, embora inicialmente baseadas em direitos fundamentais como liberdade de expressão e reunião, infelizmente degeneraram em atos de vandalismo e restrições às liberdades individuais.
### **Democracia e Deveres Cidadãos**
O Conselho destaca que a Constituição moçambicana garante direitos e liberdades a todos os cidadãos, mas também estabelece deveres fundamentais, como o respeito à vida, à integridade física e moral, e à propriedade alheia, seja ela pública ou privada. O comunicado lamenta profundamente os incidentes registrados, que incluem não apenas ameaças contra os magistrados, mas também perdas humanas, ferimentos graves e destruição de bens. Essas ações são vistas como violações intoleráveis dos princípios democráticos.
### **Independência e Compromisso com a Justiça**
Reafirmando seu papel como Guardião da Constituição, o Conselho sublinha que sua independência é inegociável. As decisões dos Juízes Conselheiros são baseadas exclusivamente nos fatos e nas leis, sem influência de qualquer tipo de pressão externa. O órgão assegura estar empenhado em validar os resultados eleitorais de forma justa e transparente, analisando cuidadosamente documentos provenientes de diversas fontes, incluindo a Comissão Nacional de Eleições (CNE), partidos políticos e observadores da sociedade civil.
Embora a lei não estipule um prazo específico para a conclusão desse processo, a Constituição determina que a primeira sessão da nova Assembleia da República deve ocorrer até vinte dias após a proclamação dos resultados. Assim, a atual legislatura, que se encerra em 12 de janeiro de 2025, impõe uma limitação temporal clara para a conclusão dessa etapa crítica.
### **Apelo à Paz e à Unidade**
Diante do clima de instabilidade e insegurança, o Conselho faz um apelo à calma e à contenção por parte da sociedade. O comunicado reforça a necessidade de cooperação entre todos os atores envolvidos — órgãos eleitorais, partidos políticos, forças policiais e sociedade civil — para garantir a transparência e a integridade do processo eleitoral. O momento, segundo o Conselho, exige um esforço conjunto em prol da Nação moçambicana.
### **Solidariedade com as Vítimas**
Em um tom de pesar, o Conselho Constitucional lamenta profundamente as vidas perdidas, os ferimentos causados e os danos materiais ocorridos durante os episódios de instabilidade. O órgão presta condolências às famílias enlutadas, destacando que o sofrimento de cada uma delas é sentido como um luto coletivo da sociedade moçambicana.
### **Mensagem Final**
O comunicado, assinado pela Presidente do Conselho Constitucional, Lúcia da Luz Ribeiro, encerra destacando que o órgão está trabalhando incansavelmente para alcançar a verdade eleitoral. A mensagem final é um apelo à união de todos em torno do objetivo comum de preservar os valores democráticos e construir uma sociedade mais justa, pacífica e resiliente.